quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Ler amarcord

Ler é o confronto entre duas experiências, a do texto (que teve um autor, não o matemos mesmo que já esteja morto) e a do leitor. Camões diz "E tal o amor tiverdes/tereis a experiência de meus versos". Mais lapidar nem Wolfgang Iser consegue ser: a experiência de vida do leitor condiciona o modo como vai ler, o que no texto o vai tocar. Neste sentido, todo o acto de leitura é memória e... autobiografia. Ora o que podemos fazer, numa leitura disciplinada, é aceitar essa condição e dar-lhe algum método, em vez de a negar, o que além de infrutífero é humanamente desgastante.

Que experiências me convoca o texto? Que cordas do meu mapa-mundo afectivo ele toca?
De que modo perturba/confirma a minha visão da 'realidade'?

Já agora, o que podemos entender por 'realidade'?

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